Boeing renova o velho jumbo

Há mais de 40 anos, a Boeing apresentou ao Mundo o primeiro avião a jacto gigantesco (jumbo), o 747. Hoje a empresa está a implementar uma reforma àquele modelo lendário, que lhe poderá prolongar a vida por mais 40 anos.

O novo 747-8 apresenta novos motores, mais eficientes, e asas totalmente remodeladas de forma a reduzir a resistência e melhorar o desempenho. Com a sua "corcunda" atrás do cockpit como imagem de marca, o novo 747-8 pode parecer apenas mais um 747. Contudo, além de novos motores e asas portentosas, o novo avião tem mais 18 metros de comprimento, que aumentaram o volume em cerca de 16%. A Boeing espera que o tamanho extra e - ainda mais importante - a resistência extra conquiste os clientes do Airbus A380. Como o primeiro voo ainda não está planeado, a Boeing terá tempo para fazer algumas alterações para se aproximar do modelo da concorrência.

O 747 fez o seu primeiro voo em Fevereiro de 1969. O avião introduziu a era do jumbo com os seus vários corredores, escada em espiral para o segundo piso e até um piano-bar para entreter os passageiros. Hoje, o protótipo do 747 que fez esse primeiro voo está no Museu do Voo, no Campus da Boeing, em Seattle, onde o 787 Dreamliner voou pela primeira vez. Quanto ao piano original, não durou muito.

Menores custos

Hoje em dia, as companhias de aviação já não dão importância ao piano no piso de cima. A preocupação agora está no menor custo por assento/milha. Assim, em vez de desenvolver um avião totalmente novo para competir no mercado reduzido dos aviões a jacto, a companhia decidiu fazer uma reforma ao icónico jumbo. O novo 747-8 é uma versão alargada do 747, o -400. O espaço extra pode acomodar mais 51 lugares do que o -400. Mesmo com o espaço extra, o novo Boeing ainda não será capaz de transportar tantos passageiros como o A380.

Contudo, isso não parece ser um problema para a Boeing. Como os custos baixos constituem o factor decisivo hoje em dia, a Boeing adianta que o novo 747-8 Intercontinental irá consumir menos 11% de combustível por passageiro. A companhia salienta que a economia com o combustível traduz-se numa queda de 6% em todos os custos por assento/milha.

A Airbus contesta as alegações da Boeing. O fabricante europeu de aviões diz que o A380 queima menos 2% de fuel por assento do que o 747-8. E garante que o A380 dá mais opções às companhias aéreas devido ao número de passageiros que pode transportar. Um esquema comum de divisão do avião em três classes mostra que o A380 pode transportar 550 passageiros e o 747-8 pode levar 450. Assim, a Airbus realça que o A380 é a única opção para as companhias que queiram transportar o maior número possível de passageiros.